POTENCIAL REVOLUCIONARIO de “De raizes e de maré, axé”para a Arte , Cultura e Política
- Chiara Mari
- 7 de out.
- 12 min de leitura

Abstract:
Neste artigo se pesquisa como a poesia e a arte contemporânea podem contribuir por um renovo social, humanistico e político. A obra “de Raizes e de maré, axé” nascida na Bahia vai dialogar com outros artistas fazendo pontes e abrindo caminhos de reflexão enraizados e radicais.
Parte 1: A cor e a luz transformadora da expressão artística visual
Refletir sobre arte, cultura, e chegar a reflexões políticas e sociais pressupõe uma reflexão preliminar sobre a essência da arte visual: a cor e o poder de sua luz.Nicolas de Staël, o pintor da luz na França por excelência, nos lembra da raiz do potencial impactante e revolucionário da cor e da arte. Um quadro, uma obra de arte visual, constitui uma experiência corporal e existencial completa, que atinge múltiplas dimensões por meio da luminosidade e da intensidade que as cores, com suas mensagens inconscientes, transmitem.Staël nos lembra que a cor é o que transforma as formas e, por extensão, provoca movimento, nova visão e transformação. Ele afirma que, desde que haja cor, há movimento das linhas[1].
Nesta mesma perspectiva, minha obra poética e visual De raízes e de maré, axé, ilustrada em colaboração com a jovem e talentosa artista Natalie Burri[2], foi criada com atenção especial às cores e às suas luminosidades. As poesias são acompanhadas por ilustrações com cores vibrantes, potentes e impactantes. Cada cor uma vibração e uma mensagem. Amarelo, vermelho e azul são predominantes — calor, paixão e infinito — convidando à expansão dos olhares. Uma viagem perceptiva, intuitiva e vibrante.
A cor e sua luminosidade são também o que permite uma vibração no espectador que recebe e contempla a obra. Como diz De Staël, "o feixe de luz gira como um farol que percorre os espaços abandonados"[3]. Essa intensidade da luminosidade da cor vem, na visão e na experiência artística de De Staël, da força das vivências e da capacidade do artista de expressar e transmitir essa intensidade por meio da cor e da forma.Nicolas de Staël afirma: “nunca se pinta o que pensamos ver; pintamos a vibração a mil que recebemos, como um soco no rosto[4]”.
O espectador, então, tem um papel fundamental na recepção da obra. Como destaca De Staël:"Uma obra, quando lhe dá a possibilidade de se medir com o seu além, ela lhe dá o seu tamanho exato — e é de asa que ela lhe empresta [5]”.Esse grande artista nos lembra que, além do ato criador, há a responsabilidade e a liberdade do olhar de quem recebe e contempla a obra. Como também lembra Manolo Rey, em sua exposição no “El Centro del Carme”, em Valência (Espanha):“Não é importante a razão que move o artista a fazer a obra, mas o que o espectador sente ao contemplá-la [6]”. Isso evidencia o poder transformador da cor e da arte visual, pela responsabilização emotiva dos sujeitos e pelo movimento que as obras são capazes de gerar na transformação da sociedade.
A etimologia da palavra émouvoir, em francês, aponta com clareza para esse potencial de ação e movimento — essencial na cor e na arte visual. Também em português, quando uma cor ou um quadro toca e comove, há por trás da emoção um potencial de movimento e ação, que se espera ver investido, vivido, valorizado.De fato, comover vem do latim commovēre, composto por com- (prefixo intensificativo, “junto”, “completamente”) e movēre (“mover”). Um potencial etimológico e radical inspirador, que convida a uma recepção ativa, transformadora, que leva ao movimento e ao desempenho pessoal.
Esse impulso vital e movimentador está também presente nas cores e ilustrações de De raízes e de maré, axé[7]. Despertar e movimento que se transformam em dança, nos perfis quentes das dançarinas, evocando a força intrínseca de nós, mulheres.
Uma capacidade intrínseca da arte é transformar o caos em harmonia. Esse movimento — do caos à harmonia — é também o que De Staël trabalha, encarna e cria[8]. A criação do movimento, da harmonia a partir do caos, é a essência do impulso despertador e constitui uma forma de participação e conscientização ativa do olhar por parte do público. Um processo contínuo entre artistas e público, autores e leitores também."
Despertar o movimento que cria harmonia é um ato de resiliência e coragem — porém livre e leve, como o movimento representado na leveza das crianças e dos jovens.
Receber uma cor e uma obra de arte visual exige, ao final, um desempenho ativo na recepção, como Manolo Rey lembrava. É assim que a recepção se transforma em ocasião para ganhar novas asas — como dizia De Staël. Novas asas, um novo olhar. Um olhar mais livre, mais leve.
Como também aponta Mya Lurgo, com sua arte visual e digital Arte dello Spirito (Arte do Espírito), a cor e a obra de arte visual se tornam pontes, canais de evolução da consciência humana[9]. Uma alteração de consciência que gera um olhar mais sensível, profundo e atento ao invisível. Um potencial de despertar novos horizontes, que inspirem emoções, sonhos e paixões. Horizontes que façam refletir e, ao comover, também reparar, curar e evoluir o ser humano e a sociedade.
“The painting is a land of passage”, ou seja, “a pintura é uma terra de passagem”, como afirma Mya Lurgo, essa artista italiana, mulher guerreira contemporânea[10].
O poder da cor, da sua luz e da arte visual é, então — em minha opinião, experiência e prática artística — um motor de transformação da percepção muito poderoso e essencial.
Parte 2: A poesia com sua frágil potente força revolucionária
“Mais uma vez é preciso leveza para luta... Para e com todos aqueles que acreditam, que a vida é curta e é preciso pular, para que o mar nos abraçe... Navegar é preciso”
Introdução “De raizes e de maré, axé”, C.Mari
O poder da poesia é o um poder único, frágil, misterioso e estranho, porém revolucionário. Ele exige atenção e entrega. Paciência...Lenta...Fiél...Constante. Como a leitura de um livro, como o epilogo do meu livro:
“ Se entregar é escutar, se abrir, pular e construir novos caminhos. Literatura é entrega, em vários sentidos. Entrega mútua entre leitor e escritor que se doam poeticamente, deixando-se levar pelo texto, pegando riscos e soltando medos. Entrega abre caminhos de conhecimento. Entrega abre caminhos ao toque surreal, que transita entre ficção, sonho e realidade. Espero que os caminhos abertos com De raizes e de maré, axé, sejam fecundo”[11].
Como o grande poeta francês Christian Bobin também destaca, a poesia é poder de contemplação que nos oferece uma imersão no invisível, que precisa de tempo, entrega e atenção. E’ preciso capacidade de recepção e expansão interior. Acolher...
“ Acredito que habitar poeticamente o mundo é, também e antes de tudo, habitá-lo como contemplativo. Contemplar é uma forma de cuidar. É quebrar tudo o que em nós se assemelha à avidez, mas também à expectativa ou ao projeto. É olhar e se emocionar com a ausência de diferença entre o que está diante de nós e nós mesmos. Aqui, diante dos meus olhos, nesta floresta, há algo muito mais rico do que tudo o que um museu jamais poderá conter. Na ordem: um pouco de musgo, um pouco mais adiante umas silvas, uma samambaia atravessada pela luz do sol como um vitral. Essa samambaia é sagrada por sua mortalidade, por sua fragilidade, pelo fato de que ela conhecerá o declínio. O que há de melhor a fazer senão saudar aqueles que estão na travessia conosco? Seria belo construir toda uma conversa em torno dessa samambaia… O mundo está cheio de visões que aguardam olhos. As presenças estão lá, mas o que falta são os nossos olhos. Quem vê essa pequena samambaia presa a um galho espinhoso? O vento a conhece, o vento lhe fala.
A contemplação é aquilo que mais ameaça – e de maneira bastante curiosa – a técnica hiperpotente. E por uma razão muito simples: as técnicas aparentemente facilitam nossa vida. Mas é um dogma atual pensar que a vida deva ser facilitada. Quem disse que a vida deveria ser fácil e prática? Amar é prático? Sofrer, esperar… são práticos? A técnica nos afasta dessas coisas e faz crescer uma lepra de irrealidade que invade silenciosamente o mundo. A contemplação, o que chamamos de poesia, é precisamente o contrário disso[12]”.
Nessa postura de recepção e expansão interior, esconde-se o bem mais precioso do ser humano: a liberdade interior e o fermento da transformação social. Como diz Christian Bobin, é cultivando essa atenção que a sociedade poderá desenvolver uma consciência ética mais profunda sobre os perigos e as consequências nefastas dos padrões capitalistas, consumistas, tecnocráticos e liberais que a dominam. Nas poesias de “De raizes e de maré, axé[13]” pulsa também um fermento revolucionário, gerado pela escuta sensível e pela abertura interior que só a poesia verdadeira sabe cultivar.
“ PROTESTO FOR-MAR
Reclamar
Aceitar
Mudar
Conseguir aceitar o que não conseguimos mudar e mudar o que podemos mudar: transformar
Trans-for-mar
... for – mar...
... forma ... ar...
Contra a resignação
levanta-se uma bandeira de mudança
e de re-forma
ligada ao coração!”
“De raizes e de maré, axé”, p.17
É cultivando esta postura poética existencial também que a sensibilidade do ser humano e a sua Essência de ser humano poderão ser mantidas e transmitidas. Sentir... Acolher... e poder transmitir isso, esta vibração que faz que o Humano é o Humano desde sempre. Seguir reconhecendo e mantendo a capacidade de conservar este olhar e esta sensibilidade à vibração. Porque como diz Pierre Lemarquis:
“Um romance, um poema, uma pintura, uma peça musical — são indivíduos, ou seja, seres nos quais não se pode distinguir a expressão daquilo que é expresso, cujo sentido só é acessível por meio de um contato direto, e que irradiam seus significados sem sair do lugar temporal e espacial que ocupam[14]”. Para entender o sentido então é preciso atenção e presença.
É preciso desenvolver o que o filosofo alemão Robert Vischer chamou de : « Aesthetischer Einfühlung // Emphatie esthétique, ressenti esthétique de l’intérieur ». Esta presença e atenção que quero despertar com minha poesia e meu trabalho artístico inteiro também. Assim, como Pierre Lemarquis destaca, será possível tornar presentes redes de correspondência entre elementos descontínuos. “Pois a arte é uma forma de pensamento analógico que exterioriza e reflete nossa vida interior, dirigindo-se, primeiro, ao que já está conectado e assimilado, para então nos despertar, abrir nossa mente ao nos oferecer novas variações sobre nossas visões de mundo. Ela consegue nos transformar gradualmente por meio de um processo de empatia e assimilação, de repetições e diferenças, de tensões e resoluções — um processo que pode se revelar terapêutico” [15].
Oferecer variações sobre as visões establecidas do mundo. Despertar. Transformar. Revolucionar:
“ALBA NO MIRADOURO:
Enxergar de longe
para vislumbrar
longe.
Alcançar um novo olhar.
Raiz que puxa firme,
para transformar a realidade,
seguindo a bússola do sol e da coragem:
saimos, abrimos caminhos e não desistimos!
Escolhemos lutar,
espalhar raizes de dignidade e inspiração para uma nova realidade:
saimos, abrimos caminhos e não desistimos!
Costruímos novos roteiros
agradecendo os sagrados terreiros”
“De raizes e de maré, axé” p. 35
Conclusão: A função revolucionária da Arte terapia e as implicações políticas e sociais de um Despertar Poético
Despertar — ou seja, éveiller — é um processo transformador que contribui para o bem-estar individual e coletivo. Trata-se de uma poïética transformatrice (transformadora), uma transformação profunda possibilitada pelo processo criativo. Como destaca Jacques Stitelmann, do Instituto de Pesquisa e Formação L’ATELIER, em Genebra, por meio das modalidades de contato e sensação da experiência vital, o indivíduo reencontra um sentido e a possibilidade de elaborar suas vivências. A criação artística desperta uma sensorialidade mais fecunda, mais rica, mais profunda — e também terapêutica[16].
Graças ao acompanhamento do arte-terapeuta, no diálogo com as formas criadas (Gestaltung), na identificação e elaboração de sentidos e percepções, o indivíduo ressignifica suas experiências, sua história de vida — e vivencia mais liberdade interior, mais leveza, mais paz e mais força[17]. De fato, a arteterapia propõe ajudar na cura de pessoas em dificuldade por meio de criações artísticas sucessivas, resultando em um processo de transformação individual.
“BAHIANIDADE NAGÔ :
Coração resiliente,
leve,
Forte,
louco,
cuidado e xodô.
Jeito de ser,
de olhar e de viver.
Renascer
sem passaportes e barreiras de sorte.
Todos unidos,
corpo e alma;
terra e natureza que nos completam.
Acabar a desigualdade
e cicatrizar as feridas da humana maldade”
“De raizes e de maré, axé”, p. 18.
Este potencial trasformador, e que acredito ser revolucionário, é individual mas também social e coletivo. A arte desempenha um papel crucial na construção de uma consciência social e política, ao inscrever profundamente valores humanistas essenciais. Ela contribui para essa dinâmica por meio de uma sensibilização do olhar, abrindo caminho para uma consciência crítica, ao mesmo tempo deslumbrada e receptiva. Diante da dor ou da injustiça representada, a arte não se limita a emocionar, mas também pode incitar à ação, tornando-se, assim, um catalisador da transformação social.
A emoção – é-mover, mover – se transforma em ação, como um processo cujas raízes etimológicas nos lembram que a arte, por sua potência evocadora, tem o poder de movimentar não apenas a alma, mas também o mundo.
A função da arte reside na sua capacidade de questionar a ordem estabelecida, fazendo com que as desigualdades e a servidão não sejam mais vistas como legítimas. Ela cria um choque, um despertar de consciência que impede a indiferença e alimenta um olhar crítico sobre as estruturas sociais. Através dessa tomada de consciência, a arte torna-se um vetor de liberdade de pensamento e de ser, permitindo ao indivíduo confrontar os paradoxos da sociedade como um todo. Um fermento de “Désobeissance éthique” como preconizava o filósofo Erich Fromm já em 1982.
Assim, a arte nos convoca a uma reflexão profunda e a uma transformação interior, enquanto simultaneamente alimenta a possibilidade de uma revolução silenciosa contra a injustiça. O caminho para a liberdade ainda é longo, como já nos alertava Nelson Mandela há muito tempo. É um percurso extenso porque, apesar dos avanços, as correntes da escravidão, antigas e modernas, continuam a existir, disfarçadas nas estruturas sociais e econômicas contemporâneas. Diversas formas de subjugação ainda persistem, e, como bem lembrava Mandela, "a proibição não se limita a prender alguém fisicamente, ela aprisiona também a mente[18]". Nesse contexto, a função da arte, da arteterapia e da educação torna-se ainda mais urgente, essencial e primordial, pois são essas práticas que, ao fomentar a liberdade criativa e o despertar da consciência, desempenham um papel fundamental no combate às diversas formas de opressão que persistem em nossa sociedade.
“A maior glória da vida não está em nunca cair, mas em levantar-se toda vez que caímos.”
“Eu prezo a minha própria liberdade, mas prezo ainda mais a de vocês.”
“A visão da liberdade despontando no horizonte deveria nos estimular a redobrar nossos esforços
Nelson Mandela[19]
Despertar… Transformar… Lutar…Tudo é uma questão de olhar — de emoção que se torna mobilização. A etimologia das palavras, em sua raiz, nos lembra: mover-se, comover-se, transformar.É preciso seguir adiante… perseverar… mobilizar-se coletivamente como artistas engajados, revolucionários em gesto e em poesia. Porque a arte, quando comprometida radicalmente com a vida, torna-se força viva de resistência e de reinvenção do mundo.
“Desde uma posição poético-política, podemos utilizar o silêncio para promover mudanças internas...
O coletivo ancestral pode substituir o silêncio abissal do indizível.[20]"
Precisamos nos unir e, fortalecidos pela ancestralidade e por esse poder da arte socialmente e politicamente transformadora, seguir lutando coletivamente. Um despertar coletivo, fecundo e criativo!
“Caminhante, não há caminho, o caminho se faz ao andar. Golpe a golpe, verso a verso”, dizia Antonio Machado, recordando-nos que o futuro não está dado: ele se constrói passo a passo, na ação contínua e na criação compartilhada.
Avançamos, portanto, movidos pela urgência do presente e pelo sonho de um mundo mais justo — caminhamos juntos, em direção a um horizonte de transformação. Lutamos coletivamente, com criatividade e com consciência, unindo o gesto poético à ação política, a sensibilidade artística ao compromisso social.
Nosso caminho não é fácil, mas é fértil. Ele se abre na escuta, na presença, na memória ancestral que nos sustenta, e na força da arte que mobiliza, cura e ressignifica.
É nesse caminhar — golpe a golpe, verso a verso — que cultivamos a esperança e
semeamos a mudança...
Bibliografia:
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Web :
[1] DE STAEL A., Du trait à la couleur, Paris (FR), Edition HAZAN, 2023, p.88.
[2] MARI C., De raizes e de maré, axé, Cabo Frio-RJ (BR), Helvetia Edições, 2024.
[3] DE STAEL A., Du trait à la couleur, Paris (FR), Edition HAZAN, 2023, p.214
[4] DE STAEL A., Du trait à la couleur, Paris (FR), Edition HAZAN, 2023, p.100.
[5] DE STAEL A., Du trait à la couleur, Paris (FR), Edition HAZAN, 2023, p.112.
[6] Arquivio fotográfico pessoal da poetiza Chiara Mari. Réf: https://www.consorcimuseus.gva.es/museos/centre-del-carme-cultura-contemporania/?lang=es
[7] MARI C., De raizes e de maré, axé, Cabo Frio-RJ (BR), Helvetia Edições, 2024.
[8] DE STAEL A., Du trait à la couleur, Paris (FR), Edition HAZAN, 2023, p.177.
[10] https://www.myalurgo.art/en/works/una-luce-prendero-per-te-la-fuori-2010-fase-iv-acentrismo-installazione-proiezione-digitale-samsara-proiettata-su-tela-tecnica-mista-114x180x45cm/
[11] MARI C., De raizes e de maré, axé, Cabo Frio-RJ (BR), Helvetia Edições, 2024, p.46.
[13] MARI C., De raizes e de maré, axé, Cabo Frio-RJ (BR), Helvetia Edições, 2024.
[14] LEMARQUIS P., Portrait du cerveau en artiste, Paris (FR), Edition Odile Jacob, 2014, p.236.
[15] LEMARQUIS P., Portrait du cerveau en artiste, Paris (FR), Edition Odile Jacob, 2014, pp.236-237.
[16] STITELMANN J., Sentir le monde et exister, Genève (CH), Editions du Rebond, 2022
[20] SEGATO R :, In : Gaza, cuando caen las bombas, Palestina nos enseña, y, aunque la opresión se disfrace de normalidad, siempre habrá quienes se rebelerán en el silencio, de ELIDRISSI MOUBTASSIM S., HAMDAN T., MUÑOZ MATUTANO G.04.04.2025.




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